O cenário da produção musical nos anos 70 no Brasil foi marcado pela censura e repressão instaurado pelo AI-5 de 1968. Este Ato Institucional marcou o regime militar vigente por um endurecimento, ou seja, a perda das liberdades políticas e institucionais dos cidadãos brasileiros. No campo cultural o resultado foi a censura, perseguição, prisão e exílio de vários dos principais artistas e intelectuais do país. Paras os artistas que permaneceram no Brasil as condições de trabalho não se apresentaram muito boas, com a censura vigente, os espaços nas grandes gravadoras se restringiram muito, pois, estas eram vigiadas com mais afinco e quando o trabalho de um determinado artista não sofria censura prévia, antes de grava-lo, poderia sofre-la depois de gravado, com a pena de recolher os disco das lojas, essa situação acontecia em todos os seguimentos culturais, aumentando assim os prejuízos financeiros do trabalho realizado. A execução de grandes shows não deixava de ser complicado, a produção contava com toda complicação disponível pela burocracia e quando chegavam a serem realizados a possibilidade de sofrerem boicotes técnicos e até mesmo a invasão da polícia não era remota. Claro que essa realidade era vivida por artistas tidos como engajados ou contestadores, o que era um problema, pois, para a censura essa postura era relativa. Uma palavra que não se entendesse o contexto poderia, e era, considerada como subversiva e vedada da circulação. Vários textos teatrais, livros, poemas, letras de musicas foram proibidas por isso, se os censores não entendessem, estava censurado.
A opção dos artistas, que não estavam exilados, para se divulgarem seus trabalhos estava no chamado cenário independente ou alternativo. Este era composto por pequenos espaços como bares livrarias que realizavam pequenos shows, saraus de literatura e poesias. Campus universitários, onde se desfrutava de certa liberdade, eram centros formadores e propagadores de opiniões, tinha a facilidade de mobilização de público. Alguns festivais universitários chegaram a totalizar cerca de dez mil pessoas, e, pequenas gravadoras independentes, nas quais a maioria das vezes o artista financiava a gravação de sua obra e depois se encarregava de comercializa-la.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
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