sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Eu quero uma casa no campo



Os anos 70 sofram marcados, como já mencionei em artigos passados, pela “égide do fim de um sonho, revolução comunitária, mundo igualitário, foram sucumbidos no próprio contexto mundial desenhado pela guerra fria, como exemplo mais próximo; a repressão do bloco capitalista, em vigência até os dias de hoje pelos Estados Unidos, “defensor” implacável da liberdade e da democracia, a Cuba, guerra do Vietnã, a expansão soviética, os atos terroristas do IRA; e num contexto nacional: o acirramento do regime militar, AI-5, perda da liberdade do cidadão, exílio das principais personalidades artísticas e intelectuais de oposição, ou de mera contestação, o aniquilamento das resistências armadas ao regime, as guerrilhas , como a do Araguaia, que teve todos, ou melhor quase todos seus envolvidos executados. Este cenário levou a muitos jovens a buscarem um estilo de vida fora dos padrões estabelecidos pela sociedade, numa tentativa de fuga do “American way off life”, imposto em toda a sociedade moderna ocidental dependente.
Esta busca trilha vários caminhos, ou como alguns acham mais apropriado, várias trips, pois se constituía em uma fuga da sociedade em “comunidades alternativas”, ou na busca de uma libertação individual, seja através do misticismo, principalmente o orientalismo, ou pelas drogas, principalmente as psicodélicas.

Esta atitude de fuga e contestação à sociedade, seu modo de vida, no qual o indivíduo é um mero reprodutor de força de trabalho, bebendo na fonte de Karl Marx, autor bastante lido nas décadas de 60 e 70, sua necessidade de consumo, a imposição cultural pela mídia, lembrando que nos anos 70 a televisão se firmava como o veiculo de comunicação mais importante em “detrimento” ao rádio, recebeu o nome de contracultura.
A contracultura foi um fenômeno mundial, de origem nos Estados Unidos, com as manifestações contra a guerra no Vietnã, expandiu-se pela Europa, e América Latina. O hippismo e um pouco mais tarde o punk são frutos da contracultura. No Brasil observamos manifestações deste movimento em vários setores culturais.

4 comentários:

  1. Muito bom!
    E assim caminha a humanidade, ou o resto da humanidade porque a contracultura de hoje são os emos que lutão contra... contra... é são os emos que não fazem nada!

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  2. Fala Vinicius, penso que os emos não sejam contraculturais, pois a contracultura baseia-se na contestação comportamental, social, moral, e não vejo esse perfil neles, muito pelo contrário, há muita aceitção, e incorporação do movimento pela industria culural... o que você acha????
    Abraços

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  3. Grande Renato, década de 70 me lembra também do nascimento do metal com Black Sabbath, Rainbow e outras, espantando os religiosos, a sociedade, o mundo. Década de ouro essa. Me dá até vergonha de ver essa sociedade de hoje...

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  4. Poís é meu querido Yuri, parece que não acontece nada,né? Será que tudo que tinha que ser dito já foi? Penso que não! Vivemos em uma época de falso moralismo , uma caretisse (no mau sentido), alienante e parece que ninguém se dá conta.
    Abraços

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