terça-feira, 15 de novembro de 2011

Diretas já! Mas serve daqui apouco.

O início dos anos oitenta foi caracterizado pelas constantes crises; econômicas políticas e sociais. Em 1981 o governo brasileiro alterou a sua política econômica, ao invés de buscar o crescimento a qualquer custo, adotou uma política de adaptação às novas circunstâncias, gerando um quadro recessivo que o obrigou a aceitar a ingerência de seus credores na direção da economia através do Fundo Monetário Internacional.

A resposta popular à crise veio sob forma de luta pela redemocratização do país através de um movimento chamado ‘diretas já’. A mobilização popular pró-diretas começou a tomar corpo em meados de 1983, quando da realização de um ato público em Goiânia ao qual compareceram 5 mil pessoas. Seus promotores foram Ulysses Guimarães e Teotônio Vilela. A campanha das ‘diretas-já’, foi coordenada pelo Comitê Nacional Pró-diretas, órgão suprapartidário que contou com a participação dos partidos de oposição ao regime militar, de associações estudantis e das centrais sindicais. Em todo o País, entre janeiro e abril de 1984, realizaram-se nas capitais e principais cidades do país comícios que reuniram multidões. O maior deles aconteceu no vale do Anhangabaú, em São Paulo, ao qual compareceram cerca de 1,7 milhão de pessoas.
Apesar da mobilização popular e das adesões de personalidades, intelectuais e políticos, a emenda Dante de Oliveira, que previa a realização de eleições diretas para presidente, acabou sendo vedada em 25 de abril de 1984, no plenário da Câmara dos Deputados. Eram necessários os votos de três quintos dos parlamentares para que a constituição fosse mudada.
Contudo, segundo Caldeira (1997), o movimento das diretas cumpriria parcialmente seus objetivos, visto que a base de sustentação do governo demonstrou estar fragmentada, muitos deputados da situação, que haviam aprovado o projeto das diretas poderiam votar contra o governo no Colégio Eleitoral (órgão que elegia o presidente através de eleições indiretas), em ocasião da próxima eleição para presidente da República.


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