terça-feira, 8 de setembro de 2009

A música como expressão política.

No universo da música popular no Brasil da década de 60, aspirava-se uma reorganização do que se entendia como canção popular brasileira. A soma de diversos temas e estilos musicais tinham em comum, a vontade de ‘atualizar’ a expressão musical do país. Desta mutação pela qual passava a canção popular, uma das questões centro, era a discussão em torno do engajamento, político-social, das artes, ou a produção da arte pela arte, como muitos designavam a arte alienada. Este debate se projetou no campo musical, em uma segregação criada primeiramente entre o Fino da Bossa, programa exibido pela TV Record, às quartas feiras às 20hs, e a Jovem Guarda, programa exibido pela TV Record, aos domingos, às 17hs, posteriormente as atenções se voltaram para os festivais. Para o grupo dito engajado foi a Jovem Guarda que introduziu na música brasileira, a guitarra elétrica, símbolo maior do imperialismo estadunidense, não passando assim de um bando de jovens alienados e submissos á influencia maléfica do imperialismo Americano. Essa discussão entorno do engajamento através das artes, no caso a música, deve-se ao fato da tomada do poder pelos militares em 1 de Abril de 1964, implantando a partir desta data um regime militar no Brasil, se desenvolvendo em ditadura e se estendeu até meados da década de 1980.
Com o advento da bossa nova, assiste-se uma apropriação de elementos do samba tendo predominância de uma linha harmônica, ditada pelo violão, proporcionando um afastamento do samba em sua raiz popular. A bossa-nova surge em fins dos anos 50, com uma proposta de valorização da música brasileira, embora tenha grande influência do jazz considera o samba como a música verdadeiramente nacional. Com essa a mudança temática, os sambas da bossa-nova, deixaram de abortar temas dos sambas canção, do dito samba ‘quadrado’. O impacto da bossa nova potencializou um conjunto de tensões culturais anteriores, mas que ressurgiram devido a incorporação de novos seguimentos sociais no panorama musical, como a classe média universitária, num momento em que o país busca sua forma de inserção na modernidade.

Um comentário:

  1. Antes música se fazia com críticas e inteligência, hoje com um pouco de depravação e automatização, não ha letras só palavras

    ResponderExcluir