domingo, 18 de abril de 2010

O Rock Tupiniquim


A MPB nos anos 80 cede espaço, pelo menos no campo mercadológico para o Rock tupiniquim. Já fazia muito rock no Brasil, mas poucos conseguiam expressividade pop e viabilização comercial. Desde o seu surgimento nos Estados Unidos o rock apresenta uma “linha evolutiva”, lógico que guardados seus acidentes, e eventos comerciais, dentro de um contexto de rebeldia e contestação de costumes, que vai desde uma simples mudança comportamental como roupas, cabelos, chicletes, cigarros, a um movimento político mundial de contracultura.
No Brasil o rock trilhou um caminho peculiar. Seu surgimento, pelo menos a um público consumidor expressivo, se deu com a Jovem Guarda, que apresentava versões de rocks estrangeiros basicamente. Não tinha nenhuma preocupação política, o que lhe rendeu a denominação de ‘alienados’, no intenso debate político dos anos 60. Seus artistas, tendo como maior representante Roberto Carlos, ao invés de evoluir na linha do rock, optou pelo gênero romântico, ou popularmente conhecido como brega, atendendo as demandas do mercado, de Rei da Juventude, passou a Rei das Donas de Casa.
O cenário do Rock Brasileiro nos anos 70 foi composto pela perseguição política, devido ao AI-5 instituído pelo governo militar e marginalização, tendo este que sobreviver no batalhado cenário independente. Bandas como, A bolha, O Terço, Casa das máquinas e tantas outras que se formavam e se desfaziam, não conseguiam ocupar espaço privilegiado das gravadoras. Houve o rock progressivo dos mineiros do 14 Bis, o rock rural de Sá, Rodriz e Guarabira, o rock experimental dos Mutantes, mas depois da Jovem Guarda, o rock Brasileiro, até os anos 80 não esteve nas paradas de sucesso, sempre as margens delas.
A Blits foi a banda considerada precursora do rock-oitentista ou pop-rock comercialmente viável no Brasil. O grande sucesso da Blits foi a senha para que as gravadoras buscassem novas bandas de rock, menos ou mais brasileiras, mais punk ou mais new rave, além das mais rock’ n’ roll. Varias delas escreviam crônicas do seu momento histórico. Estava chegando para fazer música brasileira uma geração que havia crescido e sido educada sob a ditadura militar pós-golpe de 1964 e com formação cultural importada dos Estados Unidos.

2 comentários:

  1. Renato, morreu hoje Ronie James Dio. Já notei que você gosto de um rock das antigas. Dio abrilhantou bandas como o eterno Sabbath e Rainbown. Olha lá nossa homenagem http://bloghistoriacritica.blogspot.com/2010/05/dio-eterno.html
    Abraço para ti...

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  2. Caro Yuri, não fiquei sabendo, grande perda.
    Linda homenagem!!!

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